Assunto pouco discutido na blogosfera materna, tendo em vista o enorme número de blogs que tratam do assunto maternidade.
Essa semana, a Juliana Freitas do blog JuJu Loves NYC tratou do assunto de uma forma super honesta e direta. Aqui, reproduzo o seu texto:
"Lá fora está tudo branco. E aqui dentro também. Uma tristeza sem tamanho. Acabei de ter um filho lindo, saudável, que veio pra completar a nossa família, mas o meu coração está apertadinho. As lágrimas descem dos olhos com uma facilidade imensa. Aqui nos EUA eles chamam isso de baby blues. E esse tal de baby blues é feito de tristeza e culpa. Quanta culpa.
A verdade é que meu parto foi um drama para o Thomas, e consequentemente para mim também. Apesar de estar com uma cesárea marcada para o dia 7 de janeiro, no dia 5, logo após colocar o Thomas para dormir, comecei a sentir contrações e tive que ir para o hospital sem me despedir dele. Ele então acordou no meio da noite, não me encontrou e entrou em desespero. Minha mãe ficou em casa com ele, mas o pequeno não foi capaz de entender o que estava acontecendo, ficou doente e caiu numa tristeza profunda durante os dias que estive fora. Nunca me senti tão mal em toda a minha vida. Ele ia me visitar no hospital, mas ficávamos todos morrendo de medo do Ben pegar o que o Thomas tinha (muita febre, diarréia e vômitos). Os médicos recomendaram que ele não fosse mais ao hospital e eu então resolvi que eu o encontraria no corredor e assim foi por um dia. Depois resolvi que ele ia ficar com a gente no quarto mesmo e danem-se tudo e todos.
Consegui sair do hospital antes da hora, vim pra casa cheia de dor, mas pelo menos o drama da separação ia diminuir e meu coração ia se acalmar. Ele tem andado grudado em mim desde então. Acorda várias vezes a noite gritando o meu nome, não quer mais ficar na escola... Enquanto isso o Ben tem se contorcido de gases. Não chora, o pobrezinho, mas se revira todo soltando puns e arrotando a noite toda. E eu estou exausta. Exausta não, algo bem pior que isso.
Lembro que com o Thomas também senti as tristezas do baby blues. Chorava escondida no banho, com vergonha do que estava sentindo. Nunca ninguém havia me falado disso e eu me sentia culpada por estar me sentindo daquele jeito. Se todas as mães eram super felizes, por que eu, logo eu, que sempre quis tanto me tornar mãe, estava me sentindo tão triste com o nascimento do meu filho? Aí fui conversando com as pessoas, vendo que várias amigas próximas haviam passado por isso (e também, por culpa, não comentaram nada comigo)... E finalmente passou. Com o tempo passou.
E dessa vez, não quero cometer o mesmo erro e guardar isso só para mim. Acontece e passa. Mas enquanto a gente está vivendo isso parece que não existe luz no fim do tunel."
Have a Great (Long) Weekend
2 hours ago