Família x Carreira

Questão difícil e muito dura para a maioria das mulheres.

Não são apenas as mulheres que optam por não voltar ao mercado de trabalho enquanto seus filhos são pequenos, que sofrem com o preconceito da sociedade como se suas escolhas as fizessem pertencer a uma segunda classe de cidadãos.

Aquelas que optam por voltar, seja por questões financeiras ou pessoais, além de (em alguns casos) terem que lidar com a culpa de não estarem junto dos filhos, correm o risco de serem discriminadas pela própria empresa que trabalham.

Foi o caso de Charlotte Hanna, vice-presidente de um dos mais famosos bancos de investimento americano, Goldman Sacks, que esta semana entrou com uma ação no Forum Federal de Manhattan contra referido empregador. Charlotte decidiu utilizar de um dos benefícios oferecidos pelo banco: trabalho meio período. Isso a excluiu imediatamente da linha de promoção dos candidatos de sua área.

As opiniões quanto a isso se divergem, mas a maioria acredita que se o trabalho não é a prioridade na vida de determinada pessoa, essa pessoa também não será prioridade na empresa. Por isso a preferência na contratação de homens, que conseguem com mais facilidade colocar o trabalho em primeiro lugar.

De certa forma, isso faz sentido. Acho sim que homens e mulheres são diferentes e que possuem prioridades diferentes. Entretanto, o que não faz sentido é não termos como sociedade opções de uma remuneração decente para aquelas que acreditam fazer determinante diferença na vida de seus filhos, o fato de estarem mais presentes nos primeiros anos de suas vidas.

O número de empresas que oferecem a opção de se trabalhar em casa ou meio-período é ínfimo perto da demanda para tais benefícios.

Nesse sentido, vale ler aqui a entrevista de Suzan Pinker, autora do livro "Paradoxo Sexual", publicada no jornal Folha de Sao Paulo da semana passada.