Tuesday, June 29, 2010

NY Without Help

Muitas amigas - e leitoras do blog - me perguntam como é a vida nos EUA sem a ajuda da família ou infra-estrutura que algumas de nós desfrutam no Brasil.

Digo de antemão que não é fácil, mas também não é esse bicho que 7 cabeças que pintam ou imaginam por ai.

Eu acho que o ser humano é adaptável. Acho também que o fato de os apartamentos (estou falando por Manhattan) serem menores, também facilita a manutenção. Acho que o fato de se poder fazer tudo a pé, não precisar de carro ou perder tempo no trânsito também ajuda muito. Acho que a cultura de comprar tudo pela internet - desde roupas, eletrônicos e comida - facilita a nossa vida. As calçadas aqui não são esburacadas e não existe o perigo iminente de ser assaltada. Portanto, na maioria das vezes, da pra levar os filhos pra cima e pra baixo (desde que saibam se comportar obviamente).

Quando minha filha nasceu, eu tinha uma pessoa que vinha duas vezes por semana me ajudar por algumas horinhas com a casa e com minha filha, caso eu precisasse sair.

O que algumas pessoas não entendem e gostam de comparar dizendo "eu também faço tudo, dou banho, comida, etc" é que o trabalho maior esta em cozinhar, limpar, lavar roupa, arrumar o banheiro depois do banho E, DEPOIS DE TUDO ISSO, estar bonita e bem disposta para o marido.

Fazer só a parte boa, i.e. dar comida e banho, enquanto alguém limpa a bagunça é o melhor dos mundos. Sem desmerecer essas mães participativas, mas não tem comparação quando tem-se que fazer todo o serviço.

Antes de ter filho, eu achava que minha filha não iria assistir televisão ou assistiria muito pouco. Hoje em dia, vejo que a única forma de eu conseguir preparar o jantar sem que ela fique agarrada na minha perna enquanto estou no fogão (o que é perigoso inclusive) é deixá-la na frente da tv. Esse é apenas um exemplo dos vários sapos que engolimos depois de virarmos mães.

Me sinto um tanto elitista descrevendo a "dureza" em criar um filho e cuidar da casa sem muita ajuda. Mas acredito que esse post esta direcionado a um grupo de pessoas com uma realidade parecida, sem querer desmerecer, de maneira nenhuma, as mulheres guerreiras e lutadoras que criam uma prole toda sozinhas e cuidam da casa (nem menciono as que trabalham fora, pq dai o trabalho de "mãe" esta sendo terceirizado com uma babá, creche, vizinho, etc).

Hoje em dia, graçaas a Deus, achei uma pessoa que me ajuda por algumas horas todos os dias. Assim, posso me dedicar ao meu blog e a alguns trabalhos "freelancer" que tenho feito por ai. Acho um investimento pessoal podermos ter algumas horas do nosso dia para nós mesmas. Seja para trabalhar, passear, ler ou mesmo dormir.

Conheco mães em NY que, salvo uma babysitter a noite para ir em alguma festa ou cinema, nunca tiveram qualquer tipo de ajuda desde que os filhos nasceram. Não é a maioria, mas existe.

No caso das mães que optam por voltar a trabalhar, as americanas - em sua maioria - colocam na creche o dia todo. Já as brasileiras, muitas optam por deixar com uma babá em casa. Essa escolha é, sem dúvida, cultural.

Tanto babá como creche custam caro. Muitas das mães que optaram por deixar a carreira de lado para criar os filhos pequenos, não tem a opção de "terceirizar" uma ajuda. Outras voltam para o trabalho pq justamente não conseguiriam manter a sanidade mental 24/7 com as crianças sem infra ou ajuda. Muitas trabalham só para pagar a creche. Algumas chegam até a pagar para trabalhar (o custo da creche ou babá é mais alto do que muitos salários (again, estou falando de custo de vida em Manhattan). Super comum com engenheiras, arquitetas, graphic designers, jornalistas e várias outras profissões que não mercado financeiro ou advogadas).

Resumo: na minha experiência eu acho que no Brasil foi criada uma depedência pouco saudável entre as mães e as babás. Fica todo mundo desesperado se ficar sem. Acho que faz parte da cultura...acho que talvez o pai brasileiro, de um modo geral, ajude menos. Nao sei o que é. Veja bem, não estou criticando. Estou apenas expondo um fato, mesmo porque,  muito provavelmente, se minha experiência não fosse essa, eu talvez também fizesse parte do time das reféns do exército branco.

Não sei...mas que no Brasil é exagerada essa terceirização e dependência da mão-de-obra doméstica, isso é.

33 comments:

Camila said...

Excelente e esclarecedor o seu post. Conheço bem a realidade americana, tenho uma prima com 2 pequenos que mora aí e vivo aplaudindo mulheres como ela e vc, que fazem tudo, não só com os filhos, mas com a casa e a comida tbem. Não deve ser fácil, não, acho q eu não daria conta com 3 filhos. Me considero uma mãe participativa integralmente, não sou refém do exército branco (inclusive, acabei de dar 1 mês de férias para a babá), mas tenho a facilidade de ter ajuda para "catar" a bagunça e enxugar o banheiro depois do banho, sabe?? Mas, enfim, é super cultural mesmo...
Adoro o seu blog de paixão, só de ler as coisas, tenho vontade de me mandar praí!!
Bjos,
Camila
www.mamaetaocupada.blogspot.com

Paloma Varón said...

Clap, clap, clap! Descreveu muito bem as diferentes realidades. E eu prefiro o Manhattan way of life, fazer o quê?
Beijos da sua ex e futura (quem sabe?) vizinha!

Fabi Saba said...
This comment has been removed by the author.
Ticiana said...

Adorei o seu texto! No entanto, no meu caso, grávida de gêmeos, vou realmente precisar de ajuda de nurse no começo em NY. Estou assustada com o preços e com a falta de estrutura que vou enfrentar.

Paula Duailibi Homor said...

Ticiana,
Com gemeos vc nao tem opcao.
Tenho uma amiga gravida de gemos aqui tb.
Posso coloca-las em contato.
Me manda um email.
bjos

Monica Mello said...

Paula,

achei perfeita sua colocaçao, e seu cuidado também ao escrever, pois muitas maes brasileiras se ofendem com isso que falamos. Cuido da Luna sozinha, nao tenho ajuda alguma, e penso: meu deus, e agora eu nao tivesse que ir arrumar a casa, arrumar o banheiro que ela deixoou uma zona apos o banho, e nem ir fazer comida, poderia ficar com ela... na hora que isso tudo acaba, já é hora de ela ir pra cama. Morro de culpa, pois nao me sobra tempo algum pra curtir com ela, e acho abençoada as maes que tem o luxo e nao precisar se preocupar com todo esse serviço doméstico. O que ocorr no brasil é que mesmo com essa ajuda das empregadas full time, a mae, ainda precisa de babá e pior, de folguista! É o costume... fazer o que. Se eu morasse no BR obvio ue ia querer ajuda, mas como disseram, AJUDA e nao alguem que tome o meu lugar.

Rafaela said...

esse post podia estar assinado por mim. Arrebentou Paula!
uma amiga minha brasileira passou 2 dias aqui em casa e falava assim; coitadinha de voce, Rafa, cuida sozinha do filho... (oi?!) coitadinha dela! que se a baba faltar, nao sabe nem dar banho no filho!
uma ajuda algumas horas por dia ou de vez em quando é perfeito! nao tem preço poder cuidar do meu filho.


bjs!

Maria Tereza said...

é bem assim mesmo!
Criei minha filha sozinha na Hungria. A única facilidade era a diarista semanal para limpeza. Não foi fácil. Eu não tinha direito a descanso. Mas foi uma ótima experiência e nosso vínculo mãe/filha é enorme. O que não acontece no Brasil, a maioria das mães passam pela maternidade ilesas. Acredito que só se perde com isto. Tenho uma amiga que com 2 filhos não sabe cozinhar. Outra que só descobriu que tinha que dar banho na filha todos os dias, depois que perdeu a babá e assim vai. Triste, não?! O lado bom é não ter que se preocupar com a casa. Meu sonho de consumo seria: só cuidar dos meus filhos, sem serviços domésticos!!!

bjo

Unknown said...

Adorei, Paula!
Estou no Brasil passeando, e o que tenho percebido hj em dia, talvez o grande dilema da mulher moderna, aqui ou em NY onde moro: trabalhar ou cuidar do filhos?? part time ou full time? na verdade, acho q cada um tem seu limite, cada família tem suas necessidades, sua cultura. mas o ideal na minha opinião, é procurar um equilíbrio, entre ser uma boa mae, boa profissional, boa esposa, etc... nao é fácil, nós todas sabemos! e cada uma tem o seu, nao costumo julgar. A mae q surta qdo a folguista nao vem, talvez seja pq ela nao consiga, ou talvez nunca tenha tentado ficar sozinha c seu filho... Por isso acho tao valida nossa experiência de maes em "NY without help", apesar de todas as dificuldades q passamos, o melhor é a experiência de vida q adquirimos (pra quem tem cabeça aberta), possibilidade de aprendermos vários pontos de vista e maneiras diferentes e mais praticas de fazer a mesma coisa, e q nada é impossível. OPÇÃO é a grande palavra!
Fico feliz por vc ter achado o seu equilíbrio, eu ainda estou em busca do meu (minha maior dificuldade é achar uma boa baba part time em Manhattan, parece q todas as boas tem ou querem full time). enfim, posso te dizer uma coisa, sinto falta do meu trabalho, da minha independência, mas tenho certeza q o fato de eu estar perto do meu filho nesses primeiros anos de vida dele, fizeram, fazem e farão grande diferença na educação e na vida dele! nao acredito muito nessa historia de "qualidade do tempo", acho q educar esta nos pequenos detalhes do dia-a-dia...

grande beijo!
Silvia.

Tatiana said...

Amei Paula. Inspirador...
Engraçado é que justamente hoje , minutos antes de receber seu texto, mandei a minha babá embora , sem ter outra em vista. Cansei!!!!
Estou me sentindo tão livre:)
Vai ser punk , mas vou adotar o " american way of life" e vou trabalhar só nas horas que minha filha estiver na escola.
Seu texto vai para blog.
bjão
http://mamaesdeterninho.blogspot.com/

Fernanda said...

Tambem sempre me pergunto sobre essa diferenca: serah que a vida eh mais facil lah mesmo? OU aqui, mesmo sem (ou pouca) ajuda? Olha, nao sei, eu nunca tive ajuda antes de ter filho, nem faxineira, veja bem, totally american way of life. Contratei faxineira quando tava de barrigao com o Andre porque nao conseguia esfregar banheira e soh contratei algume pra me ajudar todos os dias quando o Tomas nasceu (e desde os 3 meses diminui os dias). Sou super mulher? Nao!! As minahs amigas americanas com 2, 3 e 4 (PASMEM!) filhos, nao tem nem faxineira. E elas sao martires? Tambem nao. Acho que como vc disse eh muito cultural, foi assim que fomos criadas e vice versa... Minha mae era dona de casa com 3 filhas e eu cresci com empregada morando em casa, familia de classe media.
Eu acho que criar filho eh MUITO mais dificil do que qualquer trabalho. QUALQUER. E no topo disso tudo ainda cuidar da casa e estar disposta pra conversar com maridao no fim do dia eh heroico mesmo. A minah melhor amiga que diz: "to indo trabalhar pra descansar das criancas". E nao posso negar que adoro ter meu tempo livre, mas fico boba de quando vou para o Brasil e TODAS as babas acompanham a familia em qualquer lugar: seja no shopping (pra empurar o carrinho), no parque, no clube. Realmente eh um exagero.

Viajando com Pimpolhos said...

Oi Paula,
Apesar de morar aqui no Brasil, sou francesa, e sou do estilo "Paris without help", um pouco parecido com o American way of life. Sei que poderia contar com mais ajuda, mas não vejo necessidade e prefiro cuidar pessoalmente da minha filha. Eu tb sou da opinião que há um certo exagero aqui, ms como vc disse, o assunto é delicado e cultural. De qqer forma, vc o abordou de uma forma muito correta. Parabéns.
Bjs, Sut-Mie

Carol Barros said...

Paula,
Gostei bem da maneira como vc descreveu a realidade de quem mora fora do Brasil, e concordo com vc quando diz que criamos aqui(no Brasil) uma dependência pouco saudável das babás. Acho que aqui o que está acontecendo é uma terceirização da criação e educação dos filhos, o que é ainda pior...Ajuda sempre é bem vinda, o que não pode haver é delegar para uma outra pessoa a criação do filho que vc escolheu ter. Como a mão de obra é barata, fica fácil ter ajuda, mas tem que haver um meio termo nisso tudo.
Parabéns pelo post!
Bj
Carol

Nane said...

Oi Paula,
vc tocou num assunto que vai dar pano p/ manga e mil comentarios! Meus filhos ja estao "grandes", 11 & 14,e ja passei da fase babysitter. Mas sei direitinho o que vc e mil outras maes estao vivenciando. Ate meu filho nascer ( minha filha tinha quase 4) contava apenas c/ uma faxineira 1x semana ; com 2 e um marido cujo trabalho exigia (exige) viagens constantes contratei uma baba por algumas hrs no dia (so durante a semana)exatamente como vc. Com o passar dos anos fui diminuindo as horas de baba ate eliminar por completo cerca de 2 anos atras.Sempre ouvi comentarios de amigas brasileiras questionando e horrorizadas com minha opcao.Confesso ate hj que quem fica horrorizada sou eu qdo estou no Rio e vejo a baba empurrando o carrinho na praia c/ a mae ao lado ou o desespero qdo a folguista da folguista falta. Sao as mucamas do sec XXI. Mas nao estou aqui p/ julgar ninguem. No Brasil se vc trabalha e nao tem uma super avo ou tia ou irma que te ajude,o que fazer? Creches carissimas? O problema que eu vejo e que a dependencia e TOTAL!!! O lifestyle americano nao te oferece esta mordomia de ter um "staff" barato mas ao mesmo tempo a escola funciona em horario integral e oferece atividades ate 5pm ; em NY temos varias opcoes de mini aulas p/ os menorezinhos; babysitters que sao pagas por hora o que faz todo sentido;part time jobs e uma cultura em que o pai tem muito mais participacao. Nao me arrependo de nada e se me perguntar faria tudo igual. O tempo que passei com os dois nao tem preco. Agora,segredo entre amigas, mesmo ficando em casa nao consegui aprender a cozinhar!!!

Camila Bandeira said...

Paula, realmente é uma questão cultural. Morei em Portugal e lá não existe babá, só mesmo creche e as avós. Todas minhas amigas entraram nesse esquema. Já aqui em Fortaleza, onde ainda encontramos relativa facilidade de mão de obra doméstica, temos o costume de ter babá e uma pessoa para ajudar em casa. E como eu trabalho, realmente preciso da ajuda delas. Além do mais, mesmo que eu quisesse, não tem creches full-time tão disponíveis como em outras cidades. São muito poucas e muito caras, esse esquema está só começando aqui. Eu realmente gosto de ter essa ajuda, meu marido gosta muito de sair à noite e temos uma vida social agitada, mas isso não quer dizer que não cuidamos dos nossos filhos, que não os amemos e não nos preocupemos com eles da mesma maneira de quem não tem ajuda. Parabéns pelo seu post! Beijo

Anonymous said...

Paula,
Moro em Manhattan desde 2002. Tenho dois filhos pequenos, o Gabriel de 6 anos e a Caterina de 4 meses.
Criei o Gabriel com a ajuda dos avos, que moravam tb por aqui. Caterina nasceu depois que os meus pais se mudaram, e estou tomando conta dela sozinha. tanto eu como o meu marido nao temos familia por aqui, e a maioria dos amigos ainda nao tem filhos.
Até hoje nao deixei ela sozinha a noite, pra sair( o que e' preciso pra manter a sanidade, mas ainda nao encontrei uma pessoa de confiança) Mas estou sentindo como e' dureza tomar conta de duas crianças pequenas, fazer faxina, comida e tudo mais.
Eu limpo banheiro, cozinha, roupas, levo os meninos pra todo lado e ainda terminei a faculdade enquanto gravida e o ultimo semestre fiz pela internet e de noite.
estou planejando ser mommy full time ate' a caterina parar de mamar, com um ano, e depois vou tentar achar uma baba'. pra eu poder trabalhar um pouco, nem que seja com freelancer.

voltando ao assunto, a vida nossa em manhattan longe da familia com criança pequena e' muito dificil, mas eu acho bom demais! Concordo com vc, que no brasil as maes sao muito dependentes das babas. levam elas ate' pra festa de crianca no fim de semana. quando e' que passam um tempo em familia, sem a baba' do lado?

bem, adorei o seu blog.
beijos
isadora

Samantha said...

Paula,
Que delicia ler seu texto,eu moro em Sao Paulo,,sou medica, e me sinto um E.T. no meu meio exatamente por nao ter qualquer tipo de ajuda,meus pais e sogros nao moram na cidade,nos casamos e nos viravamos bem,afinal tinhamos morado fora de casa para fazer faculdade,trabalhavamos muito e dividiamos as tarefas,entao veio a Sophia,hoje com 8 anos,e eu resolvi que pararia para ficar com ela,ninguem acreditou,minha mae ficou uma fera!!!Fui criada por babas,numa epoca que isso nem era tao comum,minha mae trabalhava muito,nao queria isso para a Sophia,nem para mim,sei muito bem como funciona essa terceirizaçao,fica tao facil que voce nao consegue mais ficar com seus pais.Nao eh impossivel,muito pelo contrario,eh ate bem possivel,voltei a trabalhar quando ela tinha 3 anos ,mas so algumas noites e nos finais de semana (claro que nao em todos),dou plantoes,algumas manhas quando ela estava na escola voltei a fazer doutorado,continuamos dividindo tarefas...inclusive com ela,agora uma mocinha...Ha dois anos chegou a Laila,depois de uma gestaçao muito dificil,de repouso absoluto por 10 semanas,foi a unica vez que tivemos ajuda,eh claro que ha dias dificeis,eh logico que os problemas existem e as vezes eu quero sair correndo,logico que a casa as vezes fica de pernas para o ar e nao tem nada saudavel na geladeira ou no armario para o lanche da escola.Todo mundo passa por isso,mas prefiro estar com elas,me sinto mais feliz ,mais segura,somos nos que estamos educando as nossas filhas,nao sei o que o futuro reserva para as meninas,mas quero que elas saibam que se se dedicarem a fazer algo as coisas acontecessem muito bem....Ninguem acredita que damos conta delas e da casa,ninguem acredita que meu marido fica 24 hs com elas num feriado que eu estou de plantao e da conta,e ele da!!!!eu fiz algumas coisas dificeis na minha vida,decidir ficar em casa foi a mais dificil delas e a melhor tambem....

Ana Paula said...

Adorei esse post porque acabo de voltar de ferias de um mes no Brasil totalmente chocada. fiquei me perguntando. sera que se eu morasse aqui viveria como essas pessoas? provavelmente sim. e nao teria o privilegio de conhecer tao bem o meu filho. a dependencia no Brasil realmente é um exagero. as pessoas tem baba, baba folguista, enfermeira, enfermeira folguista. e surtam se tem que ficar sozinhas com a criança.

Unknown said...

Paula,
Esta dependencia das babas realmente eh absurda, para mim pelo menos, mas vejo que nao sou a unica que penso assim. Apesar de nosso periodo de expat no Brasil estar com os dias contados, seguimos as medidas regras que fariamos em Londres que eh a creche. Nao gosto de baba, no maximo alguem de uma agencia que foi treinada, para ficar com a C de noite quando saimos ou algumas horas de dia se necessario, e sempre tivemos uma diariasta 1x por semana. Sim creche lah eh caro assim como baba, mas sou um mae full time temporario digamos assim, pois volto a trabalhar dentro de pouco tempo. Mas vc sabe que o meio periodo da creche da C aqui do Brasil, provavelmente pagaria uma nuvem branca para mim noite e dia, mas sinceramente nao gosto de andar com sombra. A maioria das mae que conheco por lah sao inglesas, trabalham, seus filhos vao para creche, como a licenca maternidade eh de 1 ano, a grande maioria fica em casa nesse periodo ou param de trabalhar para cuidar dos filhos quando seus salarios nao compensam. Todo mundo sobre vive sem baba full time. bjs

Mamma Mini said...

Gostei muito do seu post, e acho que é isso mesmom Paula. Super pertinente. E quem mora fora do brasil se adapta sim, eu tenho cunhada em israel que tem 3 filhos e ainda trabalha meio período. Cuida de uma casa de 3 andares. Ela é uma heroína. E super mãe.
Aqui no brasil, o que acontece é que a maioria das mulheres querem ter vários filhos e terceirizam tudo, tudo mesmo. Sempre digo que assim é fácil ter filhos. Eu tenho só um e pareço um ET porque todo mundo que eu conheço tem mais de 1 filho, mesmo que não de conta do próprio filho. Eu tenho babá, porque trabalho em casa. E sem a babá ficaria difícil trabalhar e cuidar dele. Mas quando posso só cuidar dele vejo que a babá não me serve de muita coisa. Não gosto de sair com babá. Nem levar em restaurantes, nem viajar, nem pensar. Mas cada família tem um estilo. Fico feliz porque minha babá dorme todas as sextas-feiras e posso sair com o meu marido e ser pessoa adulta sem filhos, ser casal sem filhos. É bom também saber que posso além de trabalhar e ficar perto dele fazer minhas coisas só minhas, porque concordo com vc, precisamos é saudável.
Enfim, fórmula não tem, cada família encontra a sua, mas aqui no brasil é um absurdo mesmo todo mundo super refém do exército branco, e detalhe, o mercado está ficando cada vez pior e mais inflacionado.
beijos!

Neda said...

Adorei Paula!
Concordo plenamente que no Brasil e em outros lugares do mundo, aqui em Cabo Verde por exemplo, ainda se depende MUITO do trabalhador doméstico. Quando o filho nasceu, ainda no Brasil nossa rotina não foi alterada, a mesma faxineira continuou indo uma vez por semana.Eu curti a licença cuidando dele e da casa e quando voltei ao trabalho ele foi para a creche. Aqui, o marido insistiu em ter uma empregada, por vários motivos, entre eles os dois gatos que precisam de carinho e atenção quando viajamos (o que acontece com frequencia)Confesso que não me acostumo, mas tem dias que é são as duas mãos nas rodas. Ah, isso é verdade.
Bjs

Pat in NYC said...

Paula,

Eu tenho dois filhos um perto do outro e sei como eh dureza ter os dois pequenos, sem ajuda ou ajuda parcial.
Optei por colocar o Gastao na escola porque nao tinha tempo suficiente para ele e para a Malu. Depois de algum tempo optei pela Malu comecar a escola tambem em setembro, pelas atividades e pela convivencia com outras criancas. Meu filho hoje fala muito mais ingles do que portugues, ele come muito melhor junto com os amiguinhos, aprendeu mais como eh a cultura americana, faz exercicios todos os dias e posso tbm passar o dia com ele na escola.
Por isso optei pela escola para os dois.
Posso fazer coisas com eles e coisas pra mim.
Gosto da vida daqui pelas varias opcoes que temos e poder escolher a que melhor se enquadra com seu estilo de vida e rotina.

Bjos, vc jah voltou?

Avassaladora said...

Paula,
não deve ser nada fácil, mas digo que pelo menos ai vocês produtos, máquinas e empresas que facilitam a vida...
Aqui, só se tem a porcaria da água sanitária e do aspirador de pó ou então tem que pagar caríssimo!!!!
No Brasil a estrutura é feita para dependermos do serviço doméstico... saõ poucas as creches integrais, não tem pra todos, são precarios os serviços...

Fernanda said...

Oi, Paula!

saiu uma matéria hoje no La Nacion daqui da Argentina sobre cooperativas de comida caseira que parece que estão em alta aí em NY. Um grupo de pessoas se junta e determina o que cada uma vai fazer. Você entra na cozinha apenas uma vez na semana e faz um tipo de prato. Depois troca com o resto do pessoal e tem comida caseira para a semana inteira. Achei a ideia interessante para aliviar a vida de quem tem que ir pra cozinha todos os dias. Nem que seja para fazer de vez em quando. Bueno, escrevi um post lá no meu blog. Depois dá uma olhada lá. Tem até um livro (Dinner at your door) que dá dicas de receitas e um guia de como começar e manter o grupo.

bj,
Fernanda
http://buenosairesparaninos.blogspot.com

Deb said...

Fiquei grávida com 15 anos. Minha filha nasceu quando eu tinha 16 anos. Apesar de ser uma adolescente, eu me mudei com o pai dela, morávamos só os três. Ele fazia faculdade de noite e trabalhava de tarde. Eu fazia o Ensino Médio de manhã e trabalhava em casa, de tarde. A Tathi foi pra escola só quando ficou impossível cuidar da casa, estudar e trabalhar ao mesmo tempo. Mesmo assim nós dois nos revezávamos pra cuidar dela.
Mesmo tendo sido pais jovens e mesmo com a pressão de todo mundo nós dois criamos a Tathiana sozinhos.

Foi muito difícil. Hoje estamos separados, mas a cumplicidade daquela época nos uniu e somos muito amigos e unidos na criação da nossa filha. Ele morou um tempo fora à trabalho, eu disse que dava conta. Depois foi minha vez de vir pra NY e ele tomar conta dela.

Agora vou começar faculdade aqui e quero ver se trago ela pra cá. Sozinha, sem nem ajuda do pai dela. Vai ser difícil. Mas acho que o prazer de ver que minha filha é uma pessoa maravilhosa, educada, meiga, gentil e inteligente é maior do que toda e qualquer dificuldade. E se ela é assim, os responsáveis somos eu e o pai dela, que sempre estivemos por perto, cuidando, educando, ensinando.

Tenho muito orgulho de dizer que, apesar de ter sido mãe aos 16 anos, criei minha filha eu mesma. E se hoje estou aqui em NY é porque estou construindo um futuro melhor pra ela - mesmo que doa absurdamente (e quase fisicamente) a falta que ela me faz.

Não existe babá, vô, vó, tio ou tia que substitua o pai ou a mãe.

E quando ela vier pra cá, com as dicas e o exemplo da Paula, sei que vou tirar de letra!

Anonymous said...

Oi, Paula!!!!

Acompanho seu blog diariamente , pois estou de viagem de férias marcada para NY com meus 2 filhos de 5 e 7 anos em julho. Concordo com vc que somos reféns do exército branco por aqui, mas vou ser sincera, não seria capaz de viver sem "meu exército". Sou carioca, moro em Minas Gerais e todas as duas famílias (minha e do meu marido ) moram no Rio. Se não fosse meu "exército", ´que está comigo desde que minha filha mais velha nasceu ( ela faz 8 anos em agosto) nâo conseguiria trabalhar. Sou Promotora de Justiça e mãe super participativa. Brinco com minhas amigas, também reféns ,que nossa relação com os empregados domésticos é igual um casamento , às vezes vai muito bem, às vezes nem tanto. Diante da necessidade, aprendi a ser mais tolerante com esses profissionais que trabalham para que nós possamos trabalhar em paz. E , digo mais, quando se tem saúde, tudo são flores, mas quando nos deparamos com alguma doença ( meu caçula nasceu com grave problema pulmonar, hoje já superado, graças a Deus. Ele está ótimo e com pulmão perfeito. É até campeão de judô.), a coisa muda de figura. Simplesmente ADORO a minha babá, além do motorista e da empregada da casa, e para não perder babá tão valiosa ( depois dos pais , foi a pessoa mais presente no tratamento do meu filho que durou quase 2 anos), ajudo a criar a filha dela hoje com quase dois anos, que mora conosco. Achei importante compartilhar isso com vc, pois admiro sua forma democrática de escrever. Parabéns pelo seu trabalho!!!!

Carol Passuello said...

Adorei o post!

Concordo que é uma questão cultural! Sou mãe de gêmeos de 4 meses, moro no Brasil e as pessoas ficam horrorizadas quando eu conto que não tenho babá. Tenho uma pessoa para fazer o "trabalho sujo", mas dos dois sou eu quem cuida. Minha irmã mora na Espanha e lá todo mundo cria gêmeos sozinha, não tem esse pavor que existe aqui no BR.
Para as mamâes de gêmeos que quiserem conversar, entrem em contato!
Bjs

Livia, mãe da Carol said...

Adorei o post! Quem nunca morou longe de seu país não entende qdo falamos desta diferença. No Brasil eu tinha empregada todos os dias da semana das 9 as 17hs. Não fazia nada em casa, só cuidava da Carol. Babá nunca esteve em meus planos, confesso que tenho medo de deixar minha pequena. Portanto para onde eu ia a levava comigo pq desde que me casei que fui morar em Brasília, longe de toda minha família que ficou no RJ. Aqui em NY eu tenho uma pessoa que passa a roupa e a Carol passa a manhã numa escolinha. Moro numa casa grande, tenho três cachorros, arrumo a casa, cuido das roupas e da comida - sim, minha filha come comida brasileira! - Confesso que morro de saudades da minha vida de 'dondoca' mas me organizo com as tarefas e normalmente consigo dar conta de tudo. Tenho uma marido muito companheiro e isso ajuda bastante. Mas é bem verdade que não consigo me imaginar com todos esses afazeres e mais um filho.

Paty said...

Paula, muitissimo bem falado! Eu tive ajuda, no comeco que a Barbara nasceu (perdi minha mae um mes antes dela nascer....) e agora que estou estudando. MEsmo assim, nao e o esquema 24x7 como no Brasil. Nao tenho empregada no mesmo esquema, e a gente tem mesmo que colocar a mao na massa: cozinhar, lavar roupa, arrumar, e por ai vai. Adoro cuidar da minha filha, e gostaria de ter ainda mais tempo para ela. So que faco o curso pensando nela tambem, em ter outra atividade que seja flexivel e que eu possa ficar com ela. Acho que a gente amadurece muito aqui, e as criancas tambem. Mesmo tendo ajuda hoje, estou sempre em casa, e desta forma acompanhando. Sou muito mais o jeito daqui, do que de la.
bjs!

Tabuleiro Chic said...

Paula, que depoimento mais legal e realista!

Eu atualmente moro em SP e sinto que esse vício de estar sempre acompanhado da babá/folguista é mesmo cultural.

Aproveito ainda para dividir com vcs que num curso que fiz sobre "educar os filhos hoje" esse modelo cercado por serventes atrapalha o desenvolvimento psiquico das criancas!

Os filhos deveriam ter papéis atuantes dentro de casa e com isso exercitar a sociabilidade, respeito, responsabilidade e iniciativa!

um beijo e adoro o blog
Gabi www.tabuleirochic.com

Ana said...

Acho o seguinte: a gente deve viver de acordo com as circunstâncias que nos são impostas pela vida e com nossas condições físicas/emocionais/financeiras. Tudo isso, claro, em harmonia com os ideais de cada família.

Pior do que ser insatisfeita com a vida que se leva é ser insatisfeita com a vida que se julga que os outros levem.

Luana M. said...

Paula! Eu sempre venho aqui... Obrigada por seguir meu blog!

Paula, essa questão dos empregados domésticos está em plena mudança no Brasil. Aqui já começamos a ver que pessoas que foram criadas com babás, não podem fazer o mesmo pelos filhos.

Hoje uma noite com uma babá aqui em Londrina, custa 70 reais. Tenho amigas que pagam 3.700 para ter uma bábá, e mais 1.300 em média só para ter uma folguista. Existem profissionais aqui que cobram menos, é verdade, mas o mercado está super inflacionado, com enfermeiras de verdade pleiteando as vagas.

Aqui em casa eu faço de tudo, mas tenho duas pessoas que me ajudam duas vezes na semana e só. Não acho que ser criada por babás faz bem. Infelizmente minha mãe fez assim comigo e não quero o mesmo para os meus filhos.

Graças a Deus estou cercada por amigas queridas, que me ajudam muito quando a coisa aperta. Não precisamos do exército branco, garças ao bom Deus.

Quando o bebê estiver com 2 anos completos, ele irá para a escola por meio período e é isso.

Acesse esses dois posts:
http://limobag.blogspot.com/2010/05/cozinha-com-sala.html

http://limobag.blogspot.com/2010/02/mensalidade-de-5-mil-reais.html

Ah! Os 70 reais é para 12 horas de serviço com a babá. Mas acredito que isso já deve ter subido, porque as cozinheiras já estão cobrando 150 reais por 8 horas de serviço... O mercado doméstico de Londrina em breve se tornará um dos mais caros do Brasil... Não tenho dúvida.

Beijo!

Anonymous said...

post excelente!

Concordo com muita coisa que vc escreveu só talvez discorde da questão da dependencia com as babás.

Na verdade, eu acredito que para abolirmos a necessidade de babá aqui no Brasil, o país precisaria estar preparado com serviços que facilitassem a vida como vemos nos EUA.
Quantas empresas dispõe de creches p/ os filhos de seus funcionários? pouquíssima.

Quantas escolas que oferecem turno integral p/ crianças pequenas permitem que vc as pegue após as 18:00, após o horario comercial do país?

Quantas academias de ginásticas dipõe de espaço e estrutura p/ bebês enquanto as mães se exercitam?

Quantos restaurantes dispõe de espaço entre as mesas p/ se colocar carrinhos de bebê? Poucos se importam com isso aqui na minha cidade...

Fora que já passei vários "sustos" tirando e colocando o carrinho na mala do carro sozinha em idas ao supermercaso, farmácias, banco e etc...Fui assaltada 1 vez na saída de um supermercado com minha filha dentro do carro na cadeirinha e eu desmontando o carrinho na mala do carro. Fora outros 2 episódios de tentativas de roubo... Tudo isso pq não tinha com quem deixar minha filha em casa.

Como vc disse
1.o fato de se poder fazer tudo a pé e não perder tempo no trânsito
2. a cultura de comprar tudo pela internet até comida facilita muito.
3.não existir o perigo iminente de ser assaltada, dando pra levar os filhos pra cima e pra baixo.

Agora imagine uma mãe aqui tomando ônibus com um bebê no carrinho. Ninguem ajuda, não há espaço disponível...

Não acredito que essa dependencia seja apenas de filosofia de vida mas tb de estrutura do nosso proprio pais.

Fora que a "escolha" por não ter uma babá nos EUA é uma questão muito mais relacionada ao VALOR DA MÃO DE OBRA do que de filosofia de vida.

Pode perceber americanos de alto poder aquisitivo onde o dinheiro pago a profissional não é um limitador acabam se dando o luxo de contratarem uma ajuda.

bjs

Lorena Mathias

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