Primeiramente, aqui nos Estados Unidos não existe sistema de saúde público gratuito como existe (e funciona bem) na Europa. Todo mundo tem que ter plano de saúde. Até quem é bem pobre recebe um plano dado pelo governo.
Com isso, você escolhe o médico que atende seu plano e, como em todo lugar, os medicos melhores atendem apenas os planos que pagam melhor. Existe também a opção de escolher um médico privado que não atende nenhum plano. Esses médicos dispensam um atendimento bem mais personalizado, com mais tempo durante as consultas, mais frequência de consultas e total disponibilidade caso o paciente deseje contata-lo a qualquer hora. Muitos dos melhores planos de saúde cobrem até 70% dos pré-natais com esse tipo de médico, o que torna essa opção mais atraente e viável financeiramente.
No caso dos médicos que aceitam plano, normalmente, fazem a primeira consulta lá pela 7a. semana quando já é possível ver alguma coisa no ultrassom. Antes disso, apenas a enfermeira te recebe para um exame de sangue afim de confirmar a gravidez. A partir daí, são marcadas várias consultas, exames e ultrasons durante todo o pré-natal. Muitos desses médicos são também bastante receptivos caso você escolha algum exame mais detalhado, mesmo não tendo necessidade óbvia para tanto (por exemplo: conheço gente que optou por fazer tanto o CVS quanto a amniocintese mesmo tendo um bom resultado no exame da nuca).
Outra coisa: são poquíssimos os médicos que possuem um anestesista em sua equipe e aqueles que possuem são os médicos que não aceitam plano. Desta forma, muita gente que conheço acabou tendo problemas na anestesia por conta do anestesista ser inexperiente. As estórias que escutei - mais de 10 - acabaram todas bem e ocorreram no hospital Mont Sinai.
De qualquer maneira, independentemente do médico que você escolher, os hospitais são os mesmos para todo mundo. Os quartos privados ou individuais são poucos e você precisa não apenas pagar uma diária para ter eles (US$500 por dia) como ter sorte de encontrar um quarto disponível quando tiver dado a luz. Tais quartos são pequenos e não possuem qualquer luxo, a não ser o fato de você estar sozinha e poder ter alguém da sua família para passar a noite com você, caso queira.
A grande maioria divide quarto com outra mãe e, como os bebês são permitidos dormir no quarto, você corre o risco de após 27 horas de trabalho de parto ter que dividir o quarto com alguém que possui um bebê chorão ou que assiste show de calouros de algum canal latino não identificado no último volume.
Conheço também gente que dividiu quarto com ex-presidiária que havia conseguido sair da prisão para ter o filho e que teria que deixar o filho recém- nascido lá no hospital para a mãe (ou alguém) passar para pegar, pois ela teria que comparecer a corte no dia seguinte.
Resumo: independentemente do nível de atenção que você consiga do seu médico durante o pré-natal, o hospital vai ser o mesmo para todo mundo.
Ah, e também pode esquecer aquele desfile de moda com os recém-nascidos. Roupinha nova só no dia de voltar pra casa. Durante a estadia no hospital (não importa qual) todos os bebês usam uma camisetinha de algodão branca e são enrrolados em um cueiro da mesma cor. Todo mundo igual no berçario. Sem distinção de cor, raça ou nível social.
No final da tudo certo.
PS: a maioria dos partos aqui são normais, mas não ache que isso é uma obrigação imposta pelos médicos como muitos pensam. Quem quiser fazer cesária, consegue até com dia e hora marcada. Eh só conversar com seu médico. A diferença entre aqui e o Brasil é que aqui a cultura é para o parto normal, por isso a maioria dos médicos trabalha em equipe, pois na hora de você dar a luz, talvez seu médico não esteja disponível para te acompanhar 20 horas em trabalho de parto. Vai outro da mesma equipe e tá tudo bem.
Para saber da experiência de outras mães em outros países, clique aqui.
Have a Delicious Weekend.
7 hours ago
17 comments:
Paula, sabe que aqui nao tive problema nenhum na primeira vez para ter um quarto privado? Meu medico so fazia parto na UCLA Sta Monica e la todos os quartos sao individuais... Agora minha medica so faz no Cedars (e parece ser tao bom ou melhor) e ai eu te falo. MAs sei que estes problemas que voce listou de hospitais sao comuns em NYC, pois amigas que tiveram filhos passaram exatamente pelo o que voce descreveu... sera que aqui em LA e diferente???
bjs
Estou me mudando para Miami este mês e no final do ano pretendemos engravidar e estou na verdade em panico com todas as coisas que sempre ouvimos falar ai dos Eua em comparação com o Brasil.
Estou pensando seriamente em ir para a Italia (meu marido é italiano) ou mesmo para o Brasil para o bebê nascer.... Só de pensar em ficar horas em trabalho de parto me deixam em panico. Minha primeira gravides, aqui no brasil, teve um parto extreamente tranquilo e mesmo sendo normal logo na primeira contração mais forte ja tomei anestesia. Acho q aqui no Brasil as maes sao muito bem acostumadas, rs!
Pa, minha experiencia foi exatamente como vc descreveu e faltou vc lembrar que se vc por azar for a luz durante ferias, folga, etc. do seu medico (como foi no meu caso com o Andre), quem faz o parto geralmente eh um partner dele (por isso que fiz questao de conhecer todo mundo da pratica da minha) e que na hora do vamos ver mesmo o que importa eh vc ter uma OTIMA RN (enfermeira) que fica com vc o tempo todo e sua medica soh chega pros finalmente...
No final, como vc disse, deu tudo certo e gostei de ter tido uma experiencia um pouco mais 'low profile" que minhas amigas tiveram no Brasil. Ah! E esse cueiro eu trouxe pra casa as duas vezes porque sao os melhores pra fazer swaddle! Eh ou nao eh? ;)
BEM LEGAL A TROCA DE EXPERIENCIAS MUNDIASI!
Adorei conhecer esta experiencia, Paula. E saber tbm que quem teve problemas com anestesia no final tudo se resolveu. Achei o maximo esta blogagem conjunta!
Foi por essas e outras que as minhas 3 filhas nasceram aqui em NYC, no New York Downtown Hospital. Um hospital pequeno, super "low profile" onde a maioria das pessoas sao chinesas, ou seja, o hospital mais proximo de Chinatown! Confesso, que eu mesmo me perguntava - " O que eh isso?" Mas eu fechava os olhos, e acreditava no medico.
Porem, sozinha e sem minha familia ou amigas por perto, eu me agarrei no carinho e atencao do medico.
Foi nesse hospital que encontrei o medico mais atencioso do mundo. Dr. Wong, chines-americano fez tudo e mais um pouco por mim. O meu proprio marido - americano e medico aqui em NY - me perguntava: " Again, there?! Are you sure? Let's go to this or that hospital..."
Minha irma que mora no Brasil, chegou a me acompanhar uma vez a uma consulta de pre-natal; meio assustada, ela nao se conteve e me perguntou: "Este hospital 'e publico?"
E eu: "Nao, aqui eh New York City".
Tenho 3 filhas lindas... E grandes historias!!!
Rose Sperling
Paula, voce esqueceu a melhor parte de ter filho aqui X brasil:
90% de chance de ter parto NORMAL!!!
Os medicos tem raça, fazem plantao, e nao inventam desculpas. E nao existe lobby dos planos de saude, ja que cesareas sao muito mais rentaveis no Brasil eles forçam a barra...
Paula, legal conhecer como funciona ai em NY. Eu sabia por cima dessa de ter q ter plano de saude por esses lados.
No quesito quartos particulares aqui funciona parecido, mas vou te dizer, foi uma experiencia otima, graças a Deus nao dividi quarto com presidiaria, so com uma mae com nenezinho chorao, hehehe
Coloquei o link p sua postagem no meu post.Vc quer participar das proximas? Me manda teu email.
bjo
Eu tive um filho no Brasil e um aqui em NYC. A minha primeira gravidez foi cheia de problemas, tive pré eclampsia, o que resultou em um trabalho de parto pre maturo, tentei o parto normal, meu médico sempre falou que iamos tentar o normal e eu concordava com ele. Porém depois de 12hs de trabalho de parto, dilatação total (sem anestesia), veio a desilusão, não dava mais e partimos para a cesária por causa da eclampsia. Foi tudo muito bom, o pediatra do meu filho estava lá e assim que ele nasceu foi encaminhado para a UTI, pois era prematuro e sentiu desconforto ao respirar. Ele pesava 1990kg...
No decorrer de dez dias, senti a diferença em estar em um dos melhores hospitais do Brasil e com a melhor equipe de médicos e enfermeiras. Antes de vc levar uma criança que fica na UTI para casa, vc aprende os primeiros socorros e alguns sinais, que vc precisa saber para tomar a atitude de retornar para o hospital.
No caso do parto aqui em NYC, tomei hormonios para segurar a gestação até o final, e por isso não stive a opção do parto normal, a cesaria foi excelente, a Dr Chen tbm, fiquei em um quarto individual. Mas o hospital e enfermeiros, não tem como no Brasil. O pre Natal não achei muito diferente, mas vale dizer que no Brasil meu medico era particular e o daqui de convenio. Meu unico receio aqui, era se ocorresse algo parecido com o meu primeiro filho, pois fiquei um pouco insegura...
Oi Paula, q legal a idéia da "Blogagem Coletiva"! e como vc escreve bem sempre! bom, meu caso foi c Dra Chen, cesária depois de 18hrs de trabalho de parto induzido, não dilatei nem o bebê desceu. Um pouco causado pelo erro de uma enfermeira do Mount Sinai, q colocou o catéter no lugar errado, fazendo c q minha bexiga ficasse super cheia, impedindo bebe de descer, fora outras coisas mais graves que poderiam ter ocorrido... enfim, deu tudo certo no final! minha recuperação foi difícil, aquele quarto dividido é péssimo! me arrependi muito e não pagar pro quarto privado, já que não gastei 1 centavo com médico, exames, nem vitamina eu pagava... fica a dica!
bjs, Sil
Ah, detalhe da amiga q dividiu quarto c a ex-presidiaria, ela era drogada, tinha consumido cocaina durante a gravidez toda, e tinha crises de abstinencia dentro do quarto... imagina? show de horror!! isso q mount sinai é hospital chique aqui...
Segundo me informaram no curso de gestantes , aqui no RJ 70% dos partos são cesáreas.
Eu tenho um plano livre escolha, mesmo assim quando minha bolsa estorou , esperei seis horas para achar vaga em algum hospital. Surreal!
Paula
Ainda bem que nao fiquei sabendo dessa historia de dividir o quarto com uma presidiaria drogada antes do Luca nascer, eu ja' estava insegura, acho que teria voado pro BR :)
Tenho que dizer, que apesar de todas as historias veridicas, minha experiencia nao foi traumatica, e nao me arrependo nenhum pouco de ter tido o Lu aqui - e como eu disse estava super insegura e com receio.
Acho que nos brasilerias estamos acostumadas (ou esperando) sermos mimadas e acolhidas pela equipe do hospital apos os parto - o que nao acontece aqui. Minha medica foi show, minha mae, que acabou ficando no quarto durante o parto (o que nunca aconteceria no BR BTW), ficou super bem impressionada com a postura, calma e profissionalismo da Dr. Leipzig durante o parto. Ja' nao posso dizer o mesmo da enfermagem do Mt Sinai, ate' bronca eu levei por nao lembrar que a enfermeira me disse para assistir a um certo canal interno da tv com dicas de como cuidar de um recem nascido logo em seguida de ter dado a luz - ate' hj nao lembro nem da dita ter falando comigo....
Tudo tem seu lado bom e ruim, tenho algumas amigas no BR que tiveram seus filhos levados para uma semi intensiva apos o nascimento pois nasceram ou com fluidos nos pulmoes ou com alguma dificuldade respiratorio (dizem que esse e' um dos efeitos colaterias da cesaria).
Acho que no final, ter filho aqui sounds worse than it really is - mas se puder, pegue um quarto individual para pelo menos nao ter que dividir o banheiro.
bjs, Tati
Oi Paula,
Primeiramente eu queria dizer que adoro o seu blog mas esta é a primeira vez que deixo um comentário...
Resolvi escrever porque quando engravidei fiquei com muito medo de ter filho aqui nos Estados Unidos pois sempre ouvi estórias de brasileiras falando que no Brasil tudo era muito melhor e também que aqui não se fazia tanto ultrasom como no Brasil, etc.
Tive meu filho em Miami e a minha experiência não poderia ter sido melhor. Fiz várias ultras (o suficiente), não paguei absolutamente nada pelo parto (isso depende do plano de saúde de cada um), não dividi quarto com ninguém e o atendimento no hospital foi maravilhoso. Minha irmã teve filho no Brasil (Casa São Vicente no Rio de Janeiro) e ficou impressionada com o apoio que recebi no hospital daqui e principalmente com a enfermagem.
O meu médico aqui é de plano e o da minha irmã no Brasil fica em Ipanema, não aceita plano e a consulta custa R$400,00. Por falar nisso, discordo dessa estória de que médico de plano é pior do que médico sem plano. Aqui não é como no Brasil e inclusive os melhores médicos trabalham em hospitais universitários e aceitam plano. O sistema aqui é completamente diferente do Brasil, mas mesmo lá já fui a alguns médicos de plano que foram ótimos e outros que paguei um absurdo e eram uma droga.
A minha experiencia no hospital foi de que aqui eles ensinam tudo que você precisa saber para cuidar de você e do seu filho quando estiver em casa, coisa que os hospitais no Brasil não fazem.
Ah, outra coisa, eu lembro que o meu médico comentou comigo logo na minha primeira consulta que o Brasil tinha o maior índice de cesariana do mundo mas que ele tinha várias pacientes brasileiras e todas tinham tido parto normal. Ele achou o fato muito engraçado e eu fiquei tranquila porque eu queria evitar cesariana a qualquer custo.
O que realmente me preocupava e vai continuar me preocupando mesmo na minha próxima gravidez é o fato dos médicos daqui fazerem parte de grupos e portanto se você tiver seu filho num fim-de-semana ou numa noite em que o seu médico não está de plantão, você será atendida por outro médico. A saída para isso é encontrar um médico que seja solo practitioner, mas se ele estiver viajando no fim-de-semana outro médico qualquer vai fazer o parto e você nem vai saber se ele faz parte de um grupo bom. Uma amiga disse que uma solução é se consultar com todos os médicos do grupo antes do parto, mas claro que só se o grupo for relativamente pequeno. Por outro lado, imagina se você não gostar de um dos médicos... Complicado...
Acho que quando ficamos grávidas as pessoas gostam de contar histórias trágicas ou de alguém que teve uma experiência ruim. A verdade é que existem histórias boas e ruins no mundo todo e aqui nos Estados Unidos não poderia ser diferente.
Oi Paula,
So tive chance de ler o seu post e conhecer seu blog hoje.
Estou adicionando o seu link na minha postagem do blogagem coletiva.
Um beijo
N.
POsso complementar mais uma coisinha sobre quartos privados aqui? Mesmo voce querendo pagar a mais, se o hospital estah lotado, eles continuam dando preferencia para partos de mais "risco": cesarea, multiplos, etc. Foi o que aconteceu comigo: pagamos a mais e mesmo assim eu dividi quarto (e sim eles devolveram meu $). Jah com o Tomas, eu decidi nao ter na cidade pela experiencia terrivel que tive no pos-parto no hospital em Manhattan (por causa das enfermeiras mais do que dividir o quarto) e como o hospital era pequeno, tive atendimento super personalizado, nao dividi quarto (sem pagar diferenca) e ainda as enfermeiras me ligaram em casa pra fazer follow up de como a amamentacao estava indo jah tive problemas durante minah estadia lah. Me senti VIP em comparacao com a primeira vez. Portanto acho que o que fez diferenca foi estar num hospital menos lotado...
Oi Paula,
Achei o seu post no site da Carol.
Eu moro em Utah e queria fazer algumas observações.
Eu acho os medicos daqui bem melhores que do Brasil. Todos os medicos que eu ja fui, sem exceção, me deram o telefone celular ou algum meio de contata-los a qualquer hora.
Eu estou vendo midwives, nao medico, e elas sao maravilhosas. Pelo menos, com a minha gravidez, elas pediram bem menos exames do que os medicos no Brasil pedem (eu falo isso porque ja trabalhei em hospital maternidade no Brasil, entao eu sei como funciona la). Eu nunca ouvi falar de exame de sangue pra confirmar gravidez aqui. Eu optei por nao fazer o exame de TN nas 12 semanas, e só fiz um ultrassom até agora, e só farei outro se tiver necessidade.
Quando aos hospitais, pelo menos a maternidade que eu escolhi, eu achei bem melhor que as maternidades no Brasil.
Na minha maternidade nao existe quarto compartilhado, sala pre parto, centro cirurgico, sala pos parto... Quando voce é admitida no hospital, eles te mandam pra um quarto individual (que tem banheira, bola Suiça, cama pro pai, banco de parto, e muito mais) e só sai de lá quando receber alta.
O bebê fica com você o tempo todo, eles fazem de tudo pra seguir a risca o seu plano de parto, e eu achei as enfermeiras e a equipe do hospital bem mais atenciosos que dos hospitais do Brasil.
Bem, essa é a minha experiência, que parece que foi bem diferente da sua.
Bejus, obrigada pelo post!
Olá, prazer!
Muito bacana essa movimentação!
Edito o blog Parto no Brasil sobre saúde materno-infantil e empoderamento feminino e postei essa blogagem coletiva por lá hj, confira:
http://partonobrasil.blogspot.com/2011/02/nos-ares.html
Parabéns pela iniciativa!
Abraços, Bianca Lanu.
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