Na minha blogagem internacional que contei como funciona o pré-natal por aqui, mencionei rapidamente como foi o meu parto.
Nos EUA a preferência, ao contrário do que dizem no Brasil, é pelo parto normal (normal com anestesia, não natural que é aquele parto onde não dão nada para a dor). Não apenas pelos benefícios que ele traz a mulher e ao bebê, mas por ser mais barato aos cofres públicos. Acho que se a cesárea fosse mais barata, conhecendo a mentalidade americana, com certeza essa seria a prática mais utilizada.
No meu caso, como optei por utilizar um médico particular (i.e. que não aceita plano de saúde), ele, desde o começo, me deu a liberdade de escolher o parto que eu quisesse (menos parto na água que ele disse que não fazia....mas esse também não seria minha escolha. Perguntei a ele um dia, só por perguntar).
Desde o começo do pré-natal eu estava com a cabeça de ter um parto normal. A gravidez foi evoluindo e, mesmo tendo diabetes gestacional, o médico disse que minhas chances eram de 50% e que não haveria porque não tentar.
Na véspera de eu completar 40 semanas, dei entrada no hospital para ser induzida. Eu não tinha dilatação nem sofria de qualquer contração. O médico foi me ver naquela noite e comecei a ser induzida.
Primeiro te dão um remédio para estimular as contrações. Não senti dor, passei a noite relativamente bem, apesar de não conseguir dormir por tamanha ansiedade.
As 7am do dia seguinte, o médico entra com um instrumento que se parece uma agulha de tricô e estoura a sua bolsa. Como eu estava deitada na cama, só senti um molhado, mas não vi a cor do líquido e nem tive a sensação de ter feito xixi na cama que muitas dizem ter tido.
O médico me informou que a partir dali, as contrações iriam começar a ficar mais fortes e que eu não deveria tentar dar uma de fortona. Se eu sentisse dor, era pra chamar o anestesista.
Dito e feito, não me lembro quantas horas depois...levou ainda um tempo para que as contrações começassem a doer e eu chamar o anestesista que não demorou muito. Lembro de ter chamado ele, mais uma vez, antes de começar o "push", pois dilatação estava andando devagar....estava demorando muito para eu chegar aos 10cm, mas meu médico esperou. Lá pelas 7pm, atingi os 10cm de dilatação e o "push" começou.
Tudo é feito dentro do quarto. Um quarto que parece como qualquer quarto de hospital, mas onde a cama possui aqueles ferros de exame de ginecologista para se colocar as pernas. De um lado fica a enfermeira/parteira segurando uma perna, do outro seu marido (essa parte confesso que é meio deprê. Eu ficava pedindo para ele nao olhar....e ele me dizendo que esse deveria ser a última das minhas preocupações...) e o médico no meio. O médico entrava e saia da sala. Não ficava lá o tempo todo. Quem ajudava mais, na prática, era a parteira mesmo.
Após 3 horas de tentativa de expulsão e o bebê coroando, mas não saindo, o médico me disse:" Paula: agora ou forceps ou cesárea" Eu que já tinha ouvido estórias horripilantes sobre forceps disse: cesárea. Preferia ficar com uma cicatriz a arriscar a saúde do meu bebê.
Após 27 horas de trabalho de parto (começa a contar do momento que a indução começou - no dia anterior) e 3 horas "pushing" a Nina nasceu. Saudável, linda, com quase 4kgs.
O pior disso tudo nem foi não ter conseguido ter o parto normal depois de tanto esforço, foi terem me mostrado ela rapidinho e a levado correndo para a UTI, pois como eu tive diabetes, o procedimento é encaminhar o bebê imediatamente para observação por 24hrs na UTI. Não pude segurá-la nos meus braços e isso, até hoje quando lembro, enche meus olhos de lágrimas.
Mas tudo bem. Foi melhor para ela e começou ai com essa experiência, a lição de que nem sempre o que é melhor para nós (mães) é o melhor para eles (filhos).
Para conhecer a experiência de outras mães brasileiras em outros países, clique aqui.
Have a Delicious Weekend.
18 hours ago
9 comments:
Paula
Uma das coisas que acho interessante no processo de parto nos EUA é que muitas vezes a anestesia é dada logo no começo do trabalho de parto, meio que para poupar a mãe para o esforço final e normalmente na hora do "push" os efeitos já estão passando.
Bjs
Neda
Paula,
Tudo bem? Encontrei seu blog procurando dicas de compras para bebês em NY. Estou no quarto mês da minha primeira gravidez e ontem vi na rua uma mãe com o seu bebê em um carrinho Stokke Xplory. Amei a idéia do bebê ficar no "alto" e o design também. Meu marido que é bem alto adorou o fato do guidon ser regulavel e dele não precisar se curvar. Porém vejo poucas por aqui, talvez pelo preço, espaço e pelo tamanho dos elevadores (quando existem) aqui de Paris. Meu elevador é minusculo, nenhum carrinho entra. Ja tinha pensado numa Boogaboo...Enfim, o que você acha da Stokke?
Oi Rita.
A unica coisa que eu acho da Stokke é que o carrinho é feio e enorme. Não cabe em qq lugar.
Minha prima tem um e adora, mas ela mora em SP, numa casa enorme e tem um carro enorme tb para transportar o carrinho. Entao, no caso dela, nao eh um problema.
Carrinho vc tem que ir nas lojas e fazer um "test drive" para ver qual gosta mais, além de levar em conta seu estilo de vida: se onde mora tem espaço; se anda muito de carro ou só a pé; se já tem algum outro carrinho ou se terá um "guarda-chuva" para qdo a criança crescer.....várias respostas a serem respondidas pela própria pessoa.
boa sorte.
bjos
Paula, tive uma experiência MUITO similar, também acabei em cesárea pelos mesmos motivos (e fiz pushing por 2,5h). SO que meu medico, mesmo pagando particular, nao me deu a opcao. Ele primeiro tenta o normal , se nao der, vai para a cesárea. Agora, pelo fato de ter dito a primeira cesárea, vou ter novamente outra... vamos ver.... California e muito diferente dai. Aqui, os hospitais bons, tem quartos individuais.... beijos e mande noticias! quero saber se você esta melhor! bjs
É aqui no Brasil o número de cesáreas é enorme mesmo. E é impressionante que essa é a preferência da mulherada.
Eu fiz duas cesáreas porque foram realmente necessárias. O meu médico é bem do tipo parteiro. Deixa todas as suas grávidas entrarem em trabalho de parto. E sabe que muitas reclamam?
Mesmo quando já se teve duas cesárias ele não marca a terceira. Espera entrar em trabalho de parto. Vi muita mulher ficar brava no consultório porque queria que ele agendasse a cesária.
Concordo plenamente com o paraecer da Flávia do Astronauta de que o parto ideal é o parto que a mulher deseja e que a escolha seja feita com bastante informação.
Eu apesar de não ter tido o parto que escolhi, não fiquei me sentindo mal por isso porque sei que foi o melhor tipo de parto para mim e para as minhas filhas.
A primeira foi cesária porque na última semana a minha pressão subiu e tive que correr para ohospital. Na segunda, assei 8 horas em trabalho de parto, após a bolsa ter estourado e não tive dilatação alguma. Não tinha jeito, não podia er induzida pois já tinha feita o primeira cesária.
Vou ver os outros blogs.
beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/
É aqui no Brasil o número de cesáreas é enorme mesmo. E é impressionante que essa é a preferência da mulherada.
Eu fiz duas cesáreas porque foram realmente necessárias. O meu médico é bem do tipo parteiro. Deixa todas as suas grávidas entrarem em trabalho de parto. E sabe que muitas reclamam?
Mesmo quando já se teve duas cesárias ele não marca a terceira. Espera entrar em trabalho de parto. Vi muita mulher ficar brava no consultório porque queria que ele agendasse a cesária.
Concordo plenamente com o paraecer da Flávia do Astronauta de que o parto ideal é o parto que a mulher deseja e que a escolha seja feita com bastante informação.
Eu apesar de não ter tido o parto que escolhi, não fiquei me sentindo mal por isso porque sei que foi o melhor tipo de parto para mim e para as minhas filhas.
A primeira foi cesária porque na última semana a minha pressão subiu e tive que correr para ohospital. Na segunda, assei 8 horas em trabalho de parto, após a bolsa ter estourado e não tive dilatação alguma. Não tinha jeito, não podia er induzida pois já tinha feita o primeira cesária.
Vou ver os outros blogs.
beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/
Paula meu parto foi super parecido com o seu... sabe que depois de ler muito eu fico achando que a gente que é "induzida" antes da hora x de entrar em trabalho de parto pode muito acontecer isso, eu também optei pela cesárea o que me deixou mal foi que além das dores da cesárea eu tinha as dores e o desgaste/cansaço do trabalho de parto pré parto natural... mas enfim, quando a gente ve aquele bebezinho perfeito lindo e saudávelé tudo o que a gente queria mesmo... enfim, meu parto foi no brasil, tive quase uma ruptura de útero por causa do esforço de tanto tempo sem resultado e tive que tomar ferro e tal... estou adorando conhecer diversas formas de partos... legal ter opção de ter particular, eu achei que não existia esta opção por aí! um beijo!
Paula, tô de cara com o seu relato. Meus parabéns! Eu também escolheria a cesárea...
Minha médica não faz parto normal de um bb que 4 quilos nem a pau! Ela é professora de Gineco, e é taxativa: não faça a cesárea para bebês grandes e você será candidata a uma cirurgia posterior, o temido "períneo".
De fato, todas as mulheres da minha família que tiveram bbs gigantes pelo canal vaginal, ficaram sequeladas. Sou a favor do parto normal, mas desde que a mulher tenha uma dilatação natural e que o bb não seja grande. Tipo como eu nasci, que nem manteiga, rs. MInha mãe não sentiu nadica de nada.
Beijo!
Olá Paula,
Estou aqui na internet atrás de valores dos partos aqui nos US e achei o teu blog. Eu moro em Virginia e não tenho plano de saúde, tens alguma ideia de preço de parto particular?
Mtooo obrigada!
Att,
Paula Rivaroli
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